Economista projeta cenário de retomada de crescimento da economia mundial

Em palestra promovida nesta quarta-feira (22/05), economista previu que a economia nacional só deve melhorar, com pouco crescimento, a partir do próximo ano

Durante palestra sobre o cenário macroeconômico, promovida nesta quarta-feira (22/05) como parte da programação da Semana da Indústria, realizada pela Fiems no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), o economista José Roberto Mendonça de Barros projetou um cenário otimista para a economia mundial com a retomada gradativa da economia a partir deste ano. No entanto, o doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado no Economic Growth Center, da Yale University (EUA), previu que, em nível nacional, a economia só deve melhorar a partir do próximo ano e, mesmo assim, com índice de crescimento na casa de um dígito.

"Os Estados Unidos já demonstram um crescimento moderado e início de ajuste fiscal, mas o maior crescimento da economia norte-americana deve ser a partir do segundo semestre e chegando a taxas de até 3,5% em 2014. Isso graças à continuidade da recuperação do setor imobiliário, a forte redução nos custos da energia, o aumento do consumo e investimento, a manutenção do programa de compra de títulos do FED, inflação abaixo da meta e melhora do desempenho fiscal", elencou José Roberto Mendonça de Barros, projetando um cenário mais sombrio para a Europa, onde a austeridade estaria cansando e não há perspectivas de crescimento, mas tendo a Grécia apresentando avanços, como a melhora da confiança dos consumidores e empresários e a ampliação das reservas dos pacotes turísticos.

Por outro lado, conforme o economista, a China iniciou o rebalanceamento da economia, enquanto o Japão dá sinais de que pode crescer um pouco mais. "Já a América Latina vive um novo Tratado de Tordesilhas, que separa México, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Peru e Chile, que apresentam um crescimento econômico, de países que enfrentam políticas populistas, como Venezuela, Equador, Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina, cabendo ao Brasil se equilibrar entre essas duas canoas", ponderou, ressaltando que, para avançar, o País deve encontrar medidas para evitar o aumento das pressões fiscais e inflacionárias, bem como reduzir o custo Brasil, investindo em logística, na redução da tarifa de energia e melhor estrutura tributária.

José Roberto Mendonça de Barros ressalta que o País vai continuar apostando como alavancas de crescimento na continuidade do aumento do consumo das classes C, crescimento das exportações da cadeia de recursos naturais, crescimento dos investimentos privados (inclusive em conjunto com a Petrobras) e investimentos públicos na Copa do Mundo e Olimpíadas. "Mesmo assim, a nossa taxa de crescimento deve ficar em torno de 3% ao ano em decorrência do aumento da inflação, que está tirando a renda disponível do trabalhador. Além disso, o Brasil tem hoje uma mão de obra das mais caras do mundo por falta de profissionais capacitados e a indústria é o setor mais penalizado com os custos salariais", avaliou.

Ao avaliar a palestra, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, pontuou que, apesar de criar oportunidades, a indústria ainda sofre com inúmeras questões que impactam diretamente na produção. "Isto ocorre não só em Mato Grosso do Sul como a nível nacional. Temos o problema da burocracia e a questão tributária que hoje são algumas das principais questões, por isso a necessidade de construir uma agenda de reformas", destacou. O vice-presidente da Fiems, Alonso Resende do Nascimento, também concordou com o cenário exposto pelo economista, mas espera melhoras para os próximos anos. "Temos de acreditar que as medidas adotadas pelo Governo Federal para alavancar o setor industrial possam surtir efeitos o mais breve possível", declarou.

Serviço - Mais informações sobre a Semana da Indústria podem ser obtidas pelo hotsite www.fiems.com.br/semanadaindustria

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