SENAI e SESI do Paraná recebem selo de equidade de gênero e raça

Concedido pelo governo federal, prêmio destaca plano elaborado pelas entidades com 50 ações nas áreas de gestão de pessoas e cultura organizacional

Representantes do SENAI e do SESI: trabalho reconhecido

O Serviço Nacional de Aprendizagem Indústria (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) do Paraná receberam o selo da 4ª Edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, concedido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República.

A iniciativa destaca instituições que desenvolveram planos de ações para eliminar as desigualdades entre homens e mulheres e pessoas de diferentes raças em seus ambientes de trabalho. Os dois troféus foram entregues pela ministra da SPM, Eleonora Menicucci (foto), para a gerente de desenvolvimento do SESI-PR, Maria Christina Rocha, e a representante do SENAI-PR, Cláudia Schittini, durante cerimônia realizada no Memorial JK em Brasília (DF), nessa quinta-feira (25).

A partir de agora, as duas instituições poderão usar a marca do prêmio em seus documentos internos e externos, certificando a adoção de boas práticas contra o sexismo e o racismo. Essa é a segunda vez que o SESI do Paraná recebe o selo. O destaque concedido em 2011 inspirou o SENAI a também elaborar um plano. A partir daí, uma equipe de sete profissionais - três do SESI e quatro do SENAI - começou a trabalhar no projeto premiado agora.

RESULTADOS - Ao todo, 50 ações foram implementadas ao longo de 2012 de forma individual ou compartilhada pelas duas instituições. Elaboradas em dois grandes grupos (gestão de pessoas e cultura organizacional), as medidas vão desde divulgações de ações de combate à discriminação até o mapeamento dos salários cruzando-os com indicadores de gênero, raça/etnia, idade, cargo e tempo de serviço, além de proposição de ações afirmativas.

Destacam-se também iniciativas para diversificar as fontes de captação de mão de obra, divulgando as vagas junto à comunidade e segmentos especiais sub-representados nas instituições; campanhas de valorização da maternidade e paternidade responsáveis para o corpo funcional; elaboração de análise técnica para possível ampliação do benefício vale-creche; inclusão de indicadores de assédio moral e sexual na Pesquisa de Clima Organizacional.

Durante a cerimônia, a ministra Eleonora lembrou que as mulheres convivem com piores condições de trabalho, menores salários, dupla jornada e discriminação nas relações de trabalho. Já para a ministra da Secretaria de Políticas de Igualdade Racial, Luiza Bairros, o prêmio mostra que o que as empresas estão fazendo chega até a população. "Essas mudanças têm efeito concreto na vida das pessoas", destacou.

AVALIAÇÃO - Para receberem o selo, as 57 instituições – públicas e privadas – tiveram de cumprir, pelo menos, 70% do plano proposto à Secretaria de Políticas para as Mulheres. A avaliação foi feita pelo Comitê Ad Hoc do Programa, formado por pesquisadoras de núcleos de gênero de diferentes universidades. Elas se reuniram pela última vez em fevereiro deste ano, apresentando a avaliação final do monitoramento feito pelas empresas.

De acordo com a Cláudia Schitini, da coordenação técnica do plano do SENAI-PR, o maior desafio foi o de sensibilizar todos os envolvidos para a temática da equidade. “Não estamos falando apenas do SENAI e do SESI, mas também da cadeia de relacionamento, como fornecedores e outros parceiros”, conta. O SENAI tem 45 unidades em todo o estado e o SESI, outras 41. Para fortalecer a mudança de cultura, o diretor do SENAI-PR, Marco Secco, e o superintendente do SESI-PR, José Antônio Fares, participam diretamente comitê de avaliação das atividades.

A gerente de desenvolvimento de Produtos e Projetos de Articulação Estratégica do SESI-PR, Maria Christina Rocha (foto), afirma que, apesar do desafio, vale a pena apostar em equidade. Desde que começou a atuar nessa área, antes mesmo do plano, o SESI-PR, além de ter realizado ações internas, passou a oferecer consultoria a empresas e outras entidades interessadas em adotar práticas antirracistas e antissexistas. Desde 2010, já foram realizadas palestras de sensibilização sobre o tema para entidades setoriais, fóruns empresariais e empresas.

“Os resultados já são importantes, mas ainda estamos longe de onde queremos chegar”, avisa Maria Christina, ao destacar que o plano oferece uma oportunidade de crescimento institucional.

SELEÇÃO – A quinta edição do Programa Pró-equidade de Gênero e Raça já está com inscrições abertas. As empresas interessadas devem enviar mensagem eletrônica para [email protected] até 24 de junho. O plano de ação deve ser apresentado entre 24 de junho e 26 de julho. É necessário preencher uma ficha perfil capaz de retratar o cotidiano interno da empresa, a composição do quadro de funcionários, terceirizados, cargos de chefia, considerando, em todos os casos, a questão de gênero e raça.

O plano deve ser executado durante 18 meses (de julho de 2013 a novembro de 2014). Os resultados esperados são a adoção de práticas de igualdade racial e de gênero de forma sistemática.

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