"Problemas trabalhistas" é tema de curso para empresários na Fiema

Na capacitação de oito horas, o palestrante detalhou os principais problemas trabalhistas enfrentados pelas empresas brasileiras, da admissão de empregados à rescisão de contratos

São Luís – Dezenas de empresários associados aos sindicatos patronais da indústria participaram esta semana do segundo curso do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) em São Luís, oferecido pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). O curso “Como evitar problemas trabalhistas” foi ministrado pelo advogado trabalhista e consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Eduardo Pastore.

Na capacitação, que durou oito horas, o palestrante detalhou os principais problemas trabalhistas enfrentados pelas empresas brasileiras – da admissão de empregados à rescisão de contratos – e afirmou que eles só diminuirão se houver uma mudança de postura do empregador em relação ao empregado.

“A principal mudança é os empresários entenderem que vão ter que se aproximar mais dos empregados para evitar que eles reclamem fora da empresa, ou seja, na justiça”, ressaltou Pastore.

Segundo o consultor, a transformação precisa começar pelo próprio empresário e parte da valorização da área de recursos humanos, que precisa passar a agir proativamente e preventivamente, identificando onde estão os problemas trabalhistas na intenção de tratá-los e liquidá-los ainda dentro da empresa.

“O RH vai ter que contar muito com o jurídico trabalhista da empresa para atacar o problema antes que ele exista de uma forma incontrolável”, reforçou. Durante o curso, Pastore listou ainda a contratação de pessoas com deficiência e a contratação do menor aprendiz como os dois maiores problemas trabalhistas enfrentados pelos empresários atualmente. “Isso parece um problema muito grande que praticamente todas empresas estão sofrendo hoje”, afirmou.

De acordo com o consultor, existem leis específicas que estabelecem cotas para absorção desses profissionais pelas empresas, mas não existem profissionais suficientes com esse perfil no mercado. “Por isso, as empresas ficam levando multa”, disse.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), também entidade do Sistema Indústria, é uma das instituições no Brasil que tem uma forte atuação na formação de pessoas com deficiência e de jovens aprendizes para o mercado de trabalho. Pastore citou também a questão de acidentes de trabalho como uma área muito problemática para as empresas.

Para João Carlos Magalhães Lopes, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânica e de Material Elétrico de São Luís (Sindimetal), as capacitações do Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) são interessantes para as empresas associadas ao sindicato.

“Essa é mais uma oportunidade gratuita oferecida pelo Sistema Indústria para as empresas do nosso sindicato, no sentido de capacitá-las para que consigam lidar melhor com as questões trabalhistas que surgem no dia a dia”, disse o empresário.
Para o consultor da CNI, Eduardo Pastore, a inciativa da Confederação é extremamente válida. “É sensibilizar os empresários e mostrar a eles que o Sistema CNI, ou seja, as empresas junto com o sindicato patronal, o sindicato patronal com as federações, e as federações ligadas à CNI, conseguem muito mais do que se as empresas ficarem brigando sozinhas com seus advogados”, finalizou.

Programa
O Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) é fruto de uma parceria entre CNI, Federações e Sindicatos da Indústria para fortalecer a representação empresarial e, especificamente, o Sistema de Representação da Indústria.

De acordo com o Núcleo de Desenvolvimento Associativo da Fiema, que executa o PDA no Maranhão, até outubro novas ações serão desenvolvidas para os empresários associados.

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