Porto de Paranaguá precisa de R$ 1,3 bilhão para eliminar gargalos

Estudo Projeto Sul Competitivo, da CNI, identifica necessidade de investimentos em obras de ampliação e vias de acesso para solucionar problemas de escoamento de cargas no porto

O estudo calcula em R$ 34 milhões o investimento necessário para ampliar os acessos rodoviários ao Porto. Foto: Asscom/Appa

O Porto de Paranaguá (PR) precisa de R$ 1,3 bilhão em investimentos, até 2020, para eliminar os gargalos em sua estrutura e nas vias de acesso rodoviário e ferroviário. A estimativa é do estudo Projeto Sul Competitivo, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com as federações do setor do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Sem esses investimentos na ampliação da capacidade de movimentação de cargas e no sistema viário, aponta o documento, Paranaguá deve se tornar o porto mais congestionado da região Sul até o fim da década.

O Projeto Sul Competitivo lista dez obras prioritárias para serem executadas no Porto de Paranaguá, segunda principal rota de exportação da produção agrícola do Centro-Oeste, depois do Porto de Santos (SP). As mais urgentes, de acordo com o estudo, são a construção de um novo píer, em formato "T", para granéis sólidos (R$ 300 milhões) e de dois novos armazéns graneleiros (R$ 155 milhões). Essas duas obras ajudariam a solucionar os problemas decorrentes de supersafras de soja e milho, como a última colhida no país. A falta de estrutura do porto, aliada a um longo período de chuvas, que resulta numa longa fila de navios à espera de embarcar os grãos no porto paranaense.

ROTAS DE ACESSO - O estudo calcula em R$ 34 milhões o investimento necessário para ampliar os acessos rodoviários ao Porto de Paranaguá e reduzir o congestionamento de caminhões à espera de descarregar. Mas a obra com maior impacto positivo para o sistema logístico seria a construção de uma ferrovia ligando o Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá, desde a cidade de Maracaju, passando por Guaíra, Cascavel e Guarapuava. Esse projeto permitiria a transferência da carga hoje transportada sobre as rodovias - que respondem por 75% da carga movimentada até o porto - para o modal sobre trilhos, mais barato e eficiente.

Outro problema identificado pelo Projeto Sul Competitivo é o atual estado de saturação de importantes rotas de acesso ao Porto de Paranaguá. Ligação entre Curitiba e o litoral, a BR-227 opera 118% acima de sua capacidade (49,3 mil toneladas/dia) e, se nada for feito até 2020, a saturação chegará a 183%. O trecho ferroviário entre a capital e o porto também está sobrecarregado, operando 107% acima de sua capacidade e a estimativa é de que esteja saturada em 166% (66,8 mil de toneladas/dia), em 2020.

Conheça as dez obras indicadas para eliminar gargalos do Porto de Paranaguá:

  • Adequação dos acessos rodoviários: R$ 34 milhões
  • Ampliação do pátio de triagem do porto: R$ 55 milhões
  • Construção de novo píer para carga geral: R$ 270 milhões
  • Construção de novo píer para granéis sólidos: R$ 300 milhões
  • Ampliação do cais de inflamáveis: R$ 303 milhões
  • Ampliação do pátio e construção de novo berço para contêineres: R$ 50 milhões
  • Construção de dois novos armazéns graneleiros: R$ 155 milhões
  • Dragagem de manutenção: R$ 100 milhões
  • Aprofundamento do canal de acesso: R$ 53,2 milhões
  • Derrocagem no porto: R$ 28 milhões

TOTAL: R$ 1,348 bilhão

SAIBA MAIS:
O projeto Sul Competitivo tem o objetivo de identificar o perfil, a movimentação e a condição de cada modal de transporte de carga dos três estados da Região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). A partir de informações levantadas após mais de 180 entrevistas, foi possível identificar as principais deficiências enfrentadas na movimentação de carga atualmente, bem como os gargalos futuros que virão com o aumento da produção até 2020, caso não haja investimentos na infraestrutura logística dos três estados.

O projeto Sul Competitivo faz parte de uma série de estudos elaborados pela CNI e as federações dos estados para identificar os gargalos em cada uma das cinco regiões brasileiras.

Veja um resumo com os principais dados do estudo:

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