Excesso de exigências legais encarece iniciativas voltadas para a sustentabilidade

Regras, certificados e testes diversos aumentam os custos de iniciativas para inovação e design. Assunto foi tema de workshop realizado pela CNI

As leis e regulamentações brasileiras não incentivam, e até dificultam, os investimentos das empresas brasileiras em inovação e design voltados para a sustentabilidade. Um excesso de regras a serem cumpridas, que muitas vezes aumentam custos de produção e acabam por inibir um investimento que é fundamental para a indústria do século XXI.

O assunto foi debatido nesta quarta-feira (10) por especialistas da indústria e da academia no workshop tecnológico Design for Environmentnt: oportunidades e desafios para a indústria brasileira, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) e pela Embraer, em São Paulo (SP).

“O conhecimento está na indústria. Quando o governo, qualquer governo, pretende regulamentar alguma prática, precisa primeiro conversar com o setor para que a regulamentação não prejudique as boas práticas”, afirmou José Quadrelli, analista da CNI, que falou sobre a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

REGULAMENTAÇÕES – Fernando de Castro Sá, da Petrobras, comentou que os processos de criação de regras precisam ser profissionais. “Temos de tomar cuidado durante a criação das regulamentações, para não criarmos exigências demais que possam vir a inibir o investimento, a produção ou o comércio”, disse. Sá tem trabalhado para preparar a Petrobras e outras empresas a cumprirem as regras do Reach, protocolo da Comunidade Européia criado para garantir a segurança de produtos químicos.

“A chave é trabalhar as regulamentações futuras para que elas deem segurança, estabilidade e permitam, até incentivem, o investimento das empresas”, disse Jung-Hoon Chun, diretor do laboratório para manufatura e produtividade do Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

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