Finlandeses querem investir no setor portuário brasileiro

O ministro de Assuntos Econômicos, Jan Vapaavuori, e mais de 30 empresários finlandeses se encontraram com o diretor-geral da Antaq nesta terça (12) para discutir parcerias

Em meio às discussões no Congresso Nacional sobre a MP dos Portos, uma comitiva de 34 empresários finlandeses, liderada pelo ministro de Assuntos Econômicos Jan Vapaavuori, desembarcou em Brasília (DF) nesta terça-feira (12), em busca de aumentar seus negócios no setor. Eles se encontraram com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para discutir detalhes da situação portuária no Brasil.

Os finlandeses ouviram que o governo federal aumentará os investimentos em infraestrutura. Mesmo assim, precisará de parceiros internacionais para atingir seu objetivo: diminuir os custos e o tempo de desembaraço das mercadorias nos portos brasileiros, que atualmente é de cinco dias, em média. Na Europa, o prazo médio é de um dia e nos Estados Unidos, um e meio.

A MP dos Portos estabelece que qualquer investidor poderá propor a construção e a operação de seu próprio porto. Isso aumentará os investimentos privados no setor. Pedro Brito informou também que o Brasil tem a possibilidade de triplicar a quantidade de hidrovias em seu território. Hoje, são 21 mil quilômetros navegáveis com potencial de aumentar para 60 mil. "Temos consciência que a eficiência da logística está ligada diretamente à eficiência da economia de um país", revelou o diretor.

Mais de 50 empresas finlandesas têm negócios que somam € 3,5 bilhões em investimentos no Brasil. Mas, de acordo com Vapaavuori, os números são pequenos perto do potencial de parcerias entre Brasil e Finlândia. "Temos know-how em trens, telecomunicações, transporte rodoviário e engenharia naval. Temos interesse em parcerias de longo prazo com empresas brasileiras", afirmou o ministro finlandês.

Durante a reunião, o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, lembrou que a logística é um dos principais gargalos às exportações brasileiras, e que parcerias privadas são a melhor solução para aumentar os investimentos bilaterais. "O Brasil busca parcerias que tragam novas tecnologias e inovação para o território nacional. A presença dos senhores tem um significado estratégico", destacou.

À esquerda : Ministro de Assuntos Econômicos, Jan Vapaavuori, em conversa com o diretor da CNI, Carlos Abijaodi. À direita: Diretor-geral da Antaq, Pedro Brito

Relacionadas

Leia mais

O nó burocrático no setor portuário
Burocracia no setor portuário custa até R$ 4,3 bilhões por ano para o Brasil
Crescimento no volume de carga marítima exigirá planejamento e gestão eficientes do setor portuário

Comentários