SESI/CE estuda implantação de modelo de certificação

O selo de certificação poderá ser dado para construtoras que utilizem processos de construção sustentável

O Ceará poderá passar a adotar um selo de certificação para construtoras que utilizem processos de construção sustentável. A discussão sobre esse procedimento está sendo conduzida pelo Núcleo de Responsabilidade Social do Serviço Social da Indústria (SESI/CE), no âmbito do projeto de Responsabilidade Social Empresarial desenvolvido pela entidade. Na semana passada, o engenheiro Christian Bade, representante do governo alemão, esteve reunido com empresários do setor, do SESI e do SENAI, quando mostrou o modelo em vigor naquele país.

A discussão teve como base discutir a possibilidade de tentar adaptar o que existe na Alemanha para o Brasil. O selo de construção sustentável existe naquele desde 2007, já como adaptação de modelo semelhante existente para outros segmentos.

Segundo a gerente do Núcleo de Responsabilidade Social do SESI/CE, Cybelle Borges, a intenção de se implantar uma certificação na área da construção civil não é nova por parte do SESI, e este é o terceiro encontro para se pensar tal possibilidade. Ela explica que no ano em curso o SESI reuniu empresas da construção civil para formar um consórcio empresarial de responsabilidade social setorial, com a intenção de engajar empresas em atuação consorciada, com vistas ao desenvolvimento de ações voltadas à sustentabilidade.

Na ocasião, o mestre em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e diretor do Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Sul, Cláudio Teitelbaum, mostrou que é possível conciliar política ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. Ou seja, para ganhar o título de sustentável, uma construção precisa preservar o meio ambiente, beneficiar as pessoas envolvidas na obra e aquelas que vão morar nela, além de gerar lucro aos empreendedores.

De acordo com Teitelbaum, no Brasil, 80% da população vivem em cidades, 46% da água tratada escoam pelo ralo, 24% das doenças resultam de riscos ambientais evitáveis e a construção civil consome cerca de 50% de vários recursos extraídos da natureza nas suas várias fases. “Esses dados indicam que o Brasil precisa avançar em sustentabilidade. No entanto, para isso ocorrer é necessário estudar as tecnologias antes de aplicá-las. Sustentável é aquilo que é economicamente viável e tem impacto social”, ratifica Teitelbaum.

O executivo citou as obras da Joal Teitelbaum –  uma das poucas no país a conquistar o certificado US Green Building Council, que atesta mundialmente o uso de ações realmente sustentáveis na construção civil – como exemplo de sustentabilidade, e destacou o residencial Príncipe de Greenfield, em Porto Alegre. Com 11.307 metros quadrados construídos, o empreendimento conservou a mata nativa do terreno, conta com elevador ecológico, telhado verde, ar condicionado com gás ecológico, vidros duplos e bicicletário para incentivar os moradores a usarem menos os automóveis.

Cybelle ressalta que a experiência do Rio Grande do Sul despertou o interesse de empresas locais. Nesse sentido, o SESI tem mantido conversas com o governo alemão para aprofundar essa discussão. A gerente do Núcleo de Responsabilidade do SESI explica ainda que, em princípio, o selo de certificação poderia vir a ser uma experiência estadual, que, no futuro, teria condições de ser replicado nacionalmente.

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