A recuperação esperada para a atividade industrial no começo do segundo semestre ainda não se consolidou, informam os Indicadores Industriais de julho, divulgados nesta quarta-feira, 5 de setembro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa, as variáveis de utilização da capacidade instalada e de emprego cresceram, enquanto que os indicadores de faturamento e de horas trabalhadas na produção recuaram em julho na comparação com junho, na série livre de influências sazonais.
A combinação de indicadores positivos e negativos mostra que a indústria está em fase de transição e deve retomar o crescimento nos próximos meses, explica o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “A queda dos juros, a redução dos impostos sobre os bens duráveis, a desoneração da folha de salários para um número maior de setores criam um ambiente mais favorável à atividade industrial. O segundo semestre será melhor que o primeiro”, diz Castelo Branco.
EMPREGO E SALÁRIOS - Os dados dessazonalizados dos Indicadores Industriais mostram que o faturamento real caiu 2,4% em julho em relação a junho. A queda praticamente anulou o aumento de 2,9% verificado em junho ante maio. A utilização da capacidade instalada aumentou de 80,7% em junho para 81,6% em julho. O emprego, com alta de 0,2%, também cresceu em julho na comparação com o mês anterior na série livre de influências sazonais. Foi o terceiro aumento seguido do indicador.
Mesmo assim, as horas trabalhadas na produção, indicador que ajuda a verificar o ritmo de expansão da atividade, caíram 0,3% em julho frente a junho. De janeiro a julho em relação ao mesmo período do ano passado, as horas trabalhadas na produção acumulam uma queda de 1,5%.
A pesquisa da CNI informa ainda que os indicadores de rendimento dos trabalhadores tiveram aumento em todas as bases de comparação. Os salários reais cresceram 3,4% em julho frente a junho e acumulam alta de 6,1% de janeiro a julho em relação a igual período de 2011. O rendimento médio dos trabalhadores aumentou 3% em julho na comparação com junho e acumula um aumento de 6,1% de janeiro a julho em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso significa que os custos da indústria com a mão de obra continuam crescendo, apesar da queda no ritmo da atividade industrial verificada em 2012.
DESEMPENHO RUIM – Entre os 19 setores pesquisados pela CNI, o de metalurgia básica registrou um resultado inferior à media da indústria de transformação em julho na comparação com o mesmo mês de 2011. No período, o faturamento do setor caiu 5,5%, as horas trabalhadas na produção recuaram 2,3% e a utilização da capacidade instalada teve queda de 5,7%.
Outro setor com atividade negativa foi o de borracha e plástico. O faturamento recuou 1%, as horas trabalhadas na produção tiveram queda de 1,9% e o emprego caiu 1% em julho de 2012 frente a julho do ano passado nas indústrias de borracha e plástico.
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