Sondagem indica situação difícil na indústria gaúcha

Realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) e referente ao mês de junho, Sondagem Industrial aponta queda na produção e no emprego, aumento da capacidade ociosa e elevação dos estoques

Queda na produção e no emprego, aumento da capacidade ociosa e elevação dos estoques são os principais resultados apontados na última Sondagem Industrial, realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), referente ao mês de junho. A avaliação demonstra que o setor encerrou o primeiro semestre em uma situação difícil. "A combinação de estoques indesejados, demanda fraca e deterioração financeira das empresas sinaliza uma atividade produtiva baixa no curto prazo", observou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, nesta quinta-feira (2).

A Utilização da Capacidade Instalada, com 42 pontos, foi considerada abaixo da usual, com um grau médio de 73% (havia sido 75% em maio), o que revela forte ociosidade no parque industrial gaúcho em junho. Em relação à evolução do emprego, o resultado entre os consultados também deu negativo, e chegou a 46,8 pontos (2,6 abaixo do mês anterior). Os estoques de produtos finais fecharam acima do planejado (57,7 pontos), o valor mais alto da série, iniciada em janeiro de 2010.

No balanço do segundo trimestre tiveram desempenho ruim a situação financeira das empresas (47,7 pontos), o acesso ao crédito (43,4 pontos) e a margem de lucro operacional (42 pontos). Na opinião dos entrevistados, os principais problemas detectados neste período foram a elevada carga tributária (62%), a competição acirrada (49,7%), a queda na demanda (38,7%) e a falta de mão de obra qualificada (28,2%).

A perspectiva para os próximos seis meses, segundo apurou o levantamento da FIERGS, é de otimismo moderado. Neste caso, a demanda alcançou 57 pontos, seguida pela compra de matérias-primas (55), exportações (53) e emprego (51). "A desvalorização cambial, a redução dos juros e as medidas de estímulos à demanda interna estão agindo favoravelmente sobre as expectativas futuras dos empresários", avaliou Müller.

Elaborado mensalmente pela FIERGS, a Sondagem varia em uma escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima 50 pontos significa maior confiança e quanto mais abaixo, pessimismo. A amostra contou com 163 indústrias, sendo 38 pequenas, 60 médias e 65 grandes.

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