CNI defende acordo de livre comércio entre Brasil e Coreia do Sul

Em reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil – Coréia do Sul, em São Paulo, o prresidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou que um acordo de livre-comércio dependeria de aprovação do Mercosul

São Paulo – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu nesta quinta-feira, 21 de junho, o estreitamento de laços comerciais e de investimentos entre o Brasil e a Coreia do Sul. O presidente da instituição, Robson Braga de Andrade, afirmou, durante reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil – Coréia do Sul, em São Paulo, que o melhor caminho seria um acordo de livre-comércio, que dependeria de aprovação do Mercosul.

“As empresas coreanas têm visto o Brasil como uma plataforma importante, tanto para negócios quanto para exportação. E as empresas brasileiras também têm interesse no mercado sul-coreano”, disse Andrade.

Ele ressaltou, no entanto, que um acordo de livre comércio tem de ser aprovado no âmbito do Mercosul, porque as regras de funcionamento do bloco comercial do Cone Sul impedem que seus membros negociem sozinhos acordos com terceiros países. “A CNI tem trabalhado e defendido a ideia de acordos de livre comércio. O problema é que temos o Mercosul, que não nos permite negociar acordos internacionais de maneira isolada”, disse o presidente da CNI.

Dificuldades - Segundo Andrade, existem dificuldades de negociação via Mercosul porque o bloco tem problemas. “Temos dificuldades dentro do Mercosul com a Argentina. As nossas exportações caíram muito. A Argentina cria um protecionismo inclusive para importação de produtos brasileiros e dificulta essa discussão com outros países”, afirmou.

Na opinião do presidente da CNI, é possível que o Brasil tenha de repensar a permanência no Mercosul. “Francamente, acho que vamos chegar num momento em que o Brasil vai ter de repensar esse acordo, principalmente com a Argentina. Não é possível o Brasil, que será a 5ª potência do mundo, não poder negociar com a União Europeia, com os Estados Unidos, Canadá e com a Ásia”, argumentou.

A secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloísa Menezes, que participou do encontro, concordou ser preciso aprofundar as relações comerciais com a Coreia do Sul. “Eventos como esse, empresa-empresa, são muito importantes, porque estamos colocando compradores e vendedores de ambos os lados juntos para discutir seus interesses comerciais. Cabe ao governo apoiar essas relações e buscar instrumentos que facilitem. Não necessariamente tarifários, mas também regulatórios”, afirmou Heloísa. Ponderou que é preciso trabalhar considerando a realidade do Mercosul.

O vice-presidente da Federação das Indústrias Coreanas (FKI, congênere da CNI na Coreia do Sul), Joon-Yang Chung, ressaltou que os dois países têm muitas áreas possíveis de cooperação, investimentos e comércio. “Podemos trocar conhecimento nas áreas de educação e pesquisa. Nossas indústrias têm interesse de investir em mineração, siderurgia, automóveis e nossas empresas querem vender para o Brasil produtos variados”, afirmou.

A cooperação na área de educação, por exemplo, já dá os primeiros passos. A exemplo do que fez com a BDI (congênere da CNI na Alemanha) e com o MIT (Massachusetts Institute of Technology), dos Estados Unidos, a CNI iniciou as conversas com a FKI para o apoio da instituição ao Brasil sem Fronteiras, programa do governo federal de bolsas de estudo no exterior. A CNI patrocina 6 mil bolsas.

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