Atividade da indústria da construção cai em 2011, revela pesquisa da CNI

Segundo a pesquisa da CNI, o nível de atividade ficou em 47,5 pontos em dezembro, assinalando queda em relação ao mês anterior

A indústria da construção encerrou 2011 com retração da atividade, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quinta-feira, 26.01, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em seu escritório em São Paulo. A queda ocorrida nos meses finais do ano (três vezes em cinco pesquisas) caracterizou o ano passado como de acomodação para o setor, que havia experimentado crescimento elevado em 2010.

Segundo a pesquisa da CNI, o nível de atividade ficou em 47,5 pontos em dezembro, assinalando queda em relação ao mês anterior (o indicador de evolução vai de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 indicam crescimento). Em todo o ano passado, esse indicador teve seis meses de queda , três de elevação e três de estabilidade. Para comparação, em 2010 os 12 meses foram de crescimento da atividade.

O nível de atividade em relação ao usual, que compara a atividade de determinado mês com o mesmo mês de anos anteriores, também registrou declínio em dezembro, com o indicador ficando em 49,1 pontos. Ou seja, dezembro de 2011 teve, além de queda na atividade na margem, retração em relação a dezembros de anos anteriores.

“Os últimos meses de 2011 mostram claramente que houve uma acomodação da atividade do setor. Para 2012, deve haver volta do crescimento, com mais força do que 2011 porém mais moderado do que em 2010”, afirmou o economista da CNI Danilo Garcia.

O número de empregados no setor teve queda em dezembro, a segunda consecutiva. O indicador ficou em 48 pontos. “É uma readequação das empresas ao novo patamar de atividade. Mas o emprego voltará a crescer em 2012, conforme mostram as expectativas dos empresários apuradas pela pesquisa”, analisou Garcia.

A Sondagem Indústria da Construção, feita em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mostrou ainda que a situação financeira das empresas melhorou no quarto trimestre do ano passado, apesar da piora no acesso ao crédito e da queda do lucro operacional. O indicador da situação financeira ficou em 52,1 pontos no último trimestre de 2011. Já a margem de lucro operacional ficou em 49,7 pontos e o acesso ao crédito, em 49,2 pontos.

Expectativas - Os empresários da construção civil esperam uma primeira metade de 2012 muito produtiva. Para eles, o nível de atividade terá um forte aumento nos próximos seis meses: o indicador ficou em 59,4 pontos. Isso se deve principalmente ao lançamento de novos empreendimentos e serviços, cujo indicador apurado foi de 59,1 pontos.

“A expectativa dos empresários ainda não está nos níveis de 2010, quando foram recordes, mas está mais alta do que no fim do ano passado”, apontou o economista da CNI. Os empresários, segundo ele, também projetam um aumento das compras de matérias-primas e insumos (58,6 pontos) e evolução do número de empregados (59,1 pontos).

A escassez de mão-de-obra qualificada continua sendo um problema para as empresas de construção civil. Em todos os portes de empresas, foi considerado o principal problema, com 64,6% de indicação entre as pequenas, 59% entre as médias e 68,1% entre as grandes. “A tendência é que esse problema se agrave ao longo do ano, porque as empresas projetam voltar a contratar e não tem trabalhador bem qualificado em quantidade suficiente no mercado”, reiterou Danilo Garcia. 

A pesquisa Sondagem da Indústria da Construção foi elaborada a partir de questionários respondidos por 423 empresas, das quais 208 de pequeno porte, 165 de médio porte e 50 grandes. As consultas aos empresários foram feitas entre os dias 2 e 18 deste mês.

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