Falta de incentivo prejudica a produção de energia renovável, reclamam empresários

A falta de estratégia e de políticas de incentivo ao investimento, à produção e ao consumo comprometem o desenvolvimento das fontes de energia renováveis no Brasil

A falta de estratégia e de políticas de incentivo ao investimento, à produção e ao consumo comprometem o desenvolvimento das fontes de energia renováveis no Brasil.  Essa foi uma das conclusões do painel Energia Renovável e Sustentabilidade, realizado nesta terça-feira, 20.09, durante o 29º Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, que reúne mais de 1.500 empresários dos dois países no Píer Mauá, no Rio de Janeiro.

Segundo o coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o aumento do preço do etanol é uma prova da falta de estratégia para a bioenergia. Explicou que a crise financeira internacional de 2008 derrubou o ritmo dos investimentos na produção do combustível verde. A expansão média, que era de 10% ao ano, recuou para 3%.

Além disso, enchentes, secas e geadas nas regiões produtoras prejudicaram as safras de cana- de-açúcar dos útimos três anos. “O país deixou de colher três milhões de toneladas de cana por causa do clima”, informou Rodrigues, acrescentando que o aumento dos preços internacionais do açúcar também desestimulou a produção de etanol nas usinas. “Falta uma visão ampla sobre a expansão global das bioenergias”, completou. O ex-ministro da Agricultura recomendou que os empresários se unam para pressionar os governos a desenvolverem políticas que façam da produção das energias renováveis uma prioridade mundial.

Na avaliação do diretor da indústria alemã Centrotherm Photovoltaics, Heinz Pöhler, o Brasil precisa criar incentivos para o desenvolvimento e a compra de tecnologias de produção de energia renovável. Afirmou que a Centrotherm Photovoltaics, fabricante de equipamentos para captação de energia solar, possui tecnologias inovadoras para oferecer aos brasileiros. “O Brasil tem um potencial grande para produzir energias renováveis e pode aproveitar o know how dos europeus para desenvolver os projetos”, sublinhou Pöhler.

O presidente da indústria alemã RWE Schotts, Udo Ungeheuer, também ofereceu tecnologia para o Brasil ampliar o uso da energia solar.  Segundo ele, a RWE Schotts produz células fotovoltaicas e painéis solares de última geração. “O sol e o vento no Brasil são pouco aproveitados”, disse o executivo alemão. Para ele, o Brasil precisa criar políticas de incentivos para a produção e o consumo da energia alternativa. “O país pode ser líder nesse segmento, mas precisa ter vontade política”, resumiu Ungeheuer.

O 29º Encontro Brasil-Alemanha, que começou segunda-feira e se encerra nesta terça-feira, 20.09, é realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a sua congênere alemã, a BDI. O evento foi organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).

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